
Sem temer a verdade, o Papa Bento XVI
não só reconheceu publicamente esses graves erros de membros da Igreja,
como também pediu perdão por eles. Disso nos dá testemunho a carta
pastoral que o Santo Padre enviou aos católicos da Irlanda e que pode se
estender aos católicos de todo o mundo.
Mais do que isso, Bento XVI não receou
manifestar seu constrangimento e vergonha diante desses atos que
macularam a própria Igreja. Firme, o Papa condenou a atitude dos que
conduziram tais casos de maneira inadequada e, com determinação,
afirmou que os envolvidos devem ser julgados pelos tribunais de justiça.
Não faltou ao Papa, também, mostrar a todos o horizonte da misericórdia
de Deus, a única capaz de ajudar a pessoa humana a superar seus traumas
e fracassos.
Às vítimas o Papa expressou ter
consciência do mal irreparável a que foram submetidas. Disse Bento XVI:
“Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que
nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e
violada a vossa dignidade. É compreensível que vos seja difícil perdoar
ou reconciliar-vos com a Igreja. Em seu nome expresso abertamente a
vergonha e o remorso que todos sentimos”.
Essa coragem do Sucessor de Pedro nos coloca a todos em estado de alerta. Meditamos sobre esses atos objetivamente graves, e estamos certos de que – como fez o Papa – devem ser enfrentados com absoluta firmeza e coragem.
Essa coragem do Sucessor de Pedro nos coloca a todos em estado de alerta. Meditamos sobre esses atos objetivamente graves, e estamos certos de que – como fez o Papa – devem ser enfrentados com absoluta firmeza e coragem.
É de se lamentar, no entanto, que a
divulgação de notícias relativas a esses crimes injustificáveis se
transforme numa campanha difamatória contra a Igreja Católica e contra o
Papa. Deixam-nos particularmente perplexos os ataques freqüentes e
sistemáticos, ao Papa Bento XVI, como se o então Cardeal Ratzinger
tivesse sido descuidado diante dessa prática abominável ou com ela
conivente. No entanto, uma análise objetiva dos fatos e depoimentos dos
próprios envolvidos nos escândalos revela a fragilidade dessas
acusações. O Papa, ao reconhecer publicamente os erros de membros da
Igreja e ao pedir perdão por esta prática, não merecia esse tratamento,
que fere, também, grande parte do povo brasileiro, que sofre com esses
momentos difíceis, e reza pelas vítimas e seus familiares, pelos
culpados, mas também pelas dezenas de milhares de sacerdotes que, no
mundo todo, procuram honrar sua vocação.
De fato, “a imensa maioria de nossos
sacerdotes não está envolvida nesta problemática gravemente condenável.
Provavelmente, não chegam a 1% os envolvidos. Ao contrário, os demais
99% de nossos sacerdotes, de modo geral, são homens de Deus, dignos,
honestos e incansáveis na doação de todas as suas energias ao seu
ministério, à evangelização, em favor do povo, especialmente a serviço
dos pobres e dos marginalizados, dos excluídos e dos injustiçados, dos
desesperados e sofridos de todo tipo” (cf. Cardeal Cláudio Hummes,
12ºENP).
No momento em que a Igreja Católica e a própria pessoa do Santo Padre sofrem duros e injustos ataques, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil manifesta sua mais profunda união com o Papa Bento XVI e sua plena adesão e total fidelidade ao Sucessor de Pedro.
No momento em que a Igreja Católica e a própria pessoa do Santo Padre sofrem duros e injustos ataques, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil manifesta sua mais profunda união com o Papa Bento XVI e sua plena adesão e total fidelidade ao Sucessor de Pedro.
A Páscoa de Cristo, que celebramos nesta
semana, nos leva a afirmar com o apóstolo Paulo: “Somos afligidos de
todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas
não desesperançados; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas
não aniquilados” (2Cor 4,8-9). Nossa fé nos garante a certeza da vitória
da luz sobre as trevas; do bem sobre o mal; da vida sobre a morte.
Fonte:CNBB